2/26/2012

XANGÔ AIRA

irá (do iorubá Ayrà) é um orixá de Oyó, Nigéria, da família de Xangô. Este orixá é o principal homenageado durante a festa do fogo (Isire Ina Ayra) que, no Brasil, comemora-se em 29 de junho (dia de São Pedro).
Airá não usa coroa, mas um característico chapéu branco, chamado eketé. Usa roupas brancas como Oxalá, ou brancas com listras vermelhas. Sua guia é de contas azuis (enquanto as de Oxalá são brancas e as de Xangô, brancas e vermelhas) e empunha um machado duplo, como Xangô. Suas comidas votivas não são temperadas com dendê, e sim com banha de ori (pasta branca obtida do caroço do dendê, conhecida também como "limo da costa"), como as de Oxalá, mas come quiabos, assim como Xangô e toda a sua família.
No Brasil, Airá é geralmente considerado uma "qualidade" de Xangô - Xangô em sua forma mais idosa - e cultuado como Xangô Airá e, às vezes, como Xangô Alufã, por ser o companheiro de Oxalá Alufã ou Oxalufã, o "Oxalá velho" e também Xangô Alafim.

Mitos de Airá Editar

  • Oxalá permaneceu injustamente preso durante sete anos no reino do filho Xangô. Grandes calamidades ocorreram em todo o reino devido a essa injustiça e Xangô resgatou-o da prisão e ordenou que fossem organizadas grandes festas em todo o reino, em sua homenagem (a festa das Águas de Oxalá lembra esse mito). No entanto, Oxalá estava alquebrado, ferido e entristecido. Apesar da atenção que recebeu, só queria retornar a Ifé, seu reino, onde a esposa Iemanjá, o aguardava. Xangô não podia acompanhá-lo e pediu a Airá que fizesse isso. A viagem foi muito demorada, pois Oxalá se recuperava dos ferimentos recebidos em sete anos de prisão, andava muito devagar e Airá muitas vezes teve de levá-lo nas costas. Durante o dia, eles caminhavam. À noite, Oxalá sentia frio e precisava descansar. Para aquecê-lo e distraí-lo dos próprios pensamentos, Airá acendia uma grande fogueira. Oxalá observava o fogo e Airá passava longas horas contando-lhe histórias do povo de Oyó. Desse modo, tornou-se tradição acender a fogueira no dia 29 de junho (no Brasil), em homenagem a Airá e à viagem que fez em companhia de Oxalá.

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